quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Obsessão e Desobsessão


       Reuni aqui alguns textos que li e escolhi a dedo sobre o tema Obsessão e Desobsessão, os textos foram retirados da internet e pertencem a seus respectivos autores, sempre que possível citados.

Reunião de Desobsessão
REUNIÃO DE DESOBSESSÃO: POR QUE FAZÊ-LA?
Waldehir Bezerra de Almeida – waldehir@terra.com.br

A REUNIÃO DE DESOBSESSÃO POR INCORPORAÇÃO AINDA SE FAZ NECESSÁRIA POR VÁRIAS RAZÕES DE ORDEM MORAL

Há quem seja da opinião de que não é necessário mais se manter, em um Centro Espírita, a tradicional reunião de desobsessão por incorporação, pois os Espíritos poderão ser doutrinados, esclarecidos por meio de preces, irradiações, correntes magnéticas e, no Plano Espiritual, por Espíritos que têm mais força moral que a maioria dos doutrinadores encarnados.
Há quem afirme que o processo de desobsessão pela incorporação já teve o seu tempo. Interrogado a respeito, o médium e orador Divaldo Franco respondeu:

Faz-se imprescindível que toda Casa Espírita mantenha um trabalho de desobsessão. [...] A sessão de desobsessão é de muita importância, não só para os que estão obsidiados, na alienação, como para aqueles que estão sob injunção de Entidades perversas e ainda não se deram conta...

O Espírito Vianna de Carvalho afirma que “A incorporação ou psicofonia dos Espíritos sofredores tem como meta socorrê-los com misericórdia e amor, convidando-os à libertação das fixações físicas e psíquicas que permanecem após a disjunção cadavérica”.


Quanto à doutrinação feita pelos Espíritos superiores, o Mestre de Lyon também se interessou pelo assunto e fez a seguinte pergunta:
"– Como pode um homem ter, a esse respeito, mais influência do que a têm os próprios Espíritos?"
A resposta revelou que os Espíritos sofredores têm necessidade de ouvir os desencarnados, pois nem sempre podem ouvir os Espíritos superiores:

... Os Espíritos elevados só em nome de Deus lhes podem falar e isto os apavora. O homem, indubitavelmente, não dispõe de mais poder do que os Espíritos superiores, porém, sua linguagem se identifica melhor com a natureza daqueles outros e, ao verem o ascendente que o homem pode exercer sobre os Espíritos inferiores, melhor compreendem a solidariedade que existe entre o céu e a terra.”

Pode ser que, em outras esferas, métodos mais avançados já não façam uso da desobsessão pela incorporação, no entanto, nas esferas próximas à Terra, das quais temos notícias, o método ainda se faz necessário: leiam-se as obras dos Espíritos André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda. As reuniões lá são geralmente um prolongamento das de cá. Divaldo acrescenta que “as práticas mediúnicas no plano físico representam um benefício pra os médiuns encarnados porque promovem a arte de fazer a caridade sem saber a quem.”


Outra razão bastante significativa existe para que a instituição espírita mantenha uma reunião de desobsessão nos moldes ensinado pelo Espírito André Luiz. Quem já leu os livros “Instruções Psicofônicas” e “Vozes do Grande Além” e refletiu sobre suas adendas sabe do que estou falando. São eles compostos de mensagens gravadas nas reuniões de desobsessão do Grupo Meimei, que começou funcionando no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo – MG. A partir de 1952 até 1956, as mensagens psicofonadas pelo saudoso médium Francisco Cândido Xavier – que atuava no grupo dando passividade a Espíritos sofredores – foram gravadas e depois repassadas para o papel. Mensagens de estudos profundos e de algumas revelações interessantíssimas. Porém, não foi somente essa colaboração que aquele Grupo de médiuns deixou para quem trabalha nessa área da desobsessão. O Grupo fez anotações, até então inéditas, registrando os tipos de espíritos atendidos, suas condições morais e o aproveitamento deles depois de receberem os cuidados dos médiuns e dos esclarecedores. Limitamo-nos, aqui, a apresentar alguns resultados, os quais interessam para o que temos a considerar.


Durante os quatro anos de minuciosos registros, avaliando o trabalho de desobsessão, sobre os quais podemos fazer significativas reflexões, o Grupo atendeu a 1.452 Espíritos perturbados e sofredores. Segundo informações dos mentores espirituais do grupo, daquelas entidades, 288 – quase 20% – estavam ligadas ao pretérito próximo ou remoto de companheiros da instituição! Essa informação nos leva a concluir o quanto é importante que a Casa Espírita mantenha uma reunião de desobsessão visando ao seu próprio equilíbrio espiritual. O fato de estarmos atuando no Centro não nos isenta de sermos assediados pelos nossos credores do passado e por entidades que são contra a expansão da Luz do Evangelho. A manutenção da reunião para atendimento aos espíritos sofredores diminui consideravelmente as dificuldades trazidas pelos trabalhadores para dentro da instituição. São beneficiados sem saberem e por isso dizem muitas vezes: “Depois que comecei a freqüentar o Centro e nele fazer alguma coisa, a minha vida melhorou...”


Outros dados fornecidos pelo Grupo Meimei são um golpe certeiro à nossa possível vaidade em acreditar que dez ou quinze minutos de diálogo com o Espírito perturbado ou equivocado seja o suficiente para transformá-lo intimamente, fazê-lo pensar e sentir diferente do que vem pensando e sentindo há anos, séculos e, talvez milênios. Vejamos o quadro abaixo, que retrata o trabalho de quatro anos do grupo Meimei:


Espíritos que ficaram perfeitamente ajustados, esclarecidos, que encontraram a paz 79 5,44%
Espíritos esclarecidos e melhorados razoavelmente 308 21,21%
Espíritos que apresentaram aproveitamento reduzido 356 24,52%
Espíritos que foram considerados, até então, impassíveis e indiferentes 709 48,82%
Total de Espíritos atendidos 1.452 100,00%

A manutenção da reunião para atendimento aos espíritos sofredores diminui consideravelmente as dificuldades trazidas pelos trabalhadores para dentro da instituição.


Voltemo-nos apenas para os dois extremos da tabela. Das 1.452 entidades atendidas, somente pouco mais de 5% ficaram “perfeitamente ajustadas” e quase 50% delas não melhoraram em nada, mantendo-se “impassíveis e indiferentes” ao que lhes foi dito e feito! Sabendo desse resultado, o que nos deve consolar, como esclarecedores, é que o trabalho seja realizado com amor, sem pretensão e vaidade e

que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas doces da fé, solidamente guardada no coração.


Diante dos fatos, resta-nos refletir melhor sobre a proposição de se extinguir as tradicionais reuniões de desobsessão por incorporação, onde o diálogo entre o doutrinador e o Espírito sofredor surge como ferramenta essencial para o crescimento dos dois. Por que, então, transferir para os Espíritos Superiores a oportunidade de fazermos a caridade sem saber a quem e de crescermos?

(Publicado na Revista Internacional de Espiritismo, em julho de 2003)


1) FRANCO, Divaldo Pereira. Diálogo. São Paulo: Edições USE. 2. ed. 1993, pp.48/49
2) FRANCO, Divaldo Pereira. Atualidade do pensamento espírita. Pelo Espírito Vianna de Carvalho. Salvador – BA: LEAL, 1. ed. 1998. Questão 209, p. 170.
3) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Edição FEB, item 254 (5ª)
4) FRANCO, Divaldo Pereira. Qualidade na prática mediúnica – Projeto Manoel Philomeno de Miranda. Salvador(BA): LEAL, 1. ed. 2000, p. 71
5) XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. Rio [ de Janeiro]: FEB, 13. ed., 1989. Cap. 145,

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